Calmon aos estagiários do STJ: “Ética é mais que filosofia”

Em palestra ministrada na abertura da Semana dos Estagiários do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Eliana Calmon, diretora-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam), afirmou que a ética é muito mais que um conceito filosófico ou uma ideia abstrata. “A ética algo que deve […]

Em palestra ministrada na abertura da Semana dos Estagiários do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Eliana Calmon, diretora-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam), afirmou que a ética é muito mais que um conceito filosófico ou uma ideia abstrata. “A ética algo que deve ser vivido no dia a dia, algo a ser perseguido incessantemente”, asseverou.

A ministra Calmon apontou que tem havido um esforço comum da sociedade, legisladores e dos próprios servidores para tornar a administração pública mais transparente e honesta. “Vocês, que no futuro poderão se tornar advogados, juízes e outros profissionais, têm uma contribuição muito importante a dar, trazendo ideias novas e um entusiasmo inspirador”, destacou. A magistrada ressaltou que os últimos governos foram muito bem sucedidos na inclusão social, mas falharam muito no aspecto da ética na política. “Isso causou uma profunda crise de valores, com reflexos em diversos estratos sociais”, observou.

Eliana Calmon citou como exemplo a proposta de não mais se incluir o termo “ética” no juramento que os senadores fazem ao assumir seus mandatos – sob a alegação que o termo seria impreciso e que teria muitos significados. “Esse tipo de abandono da ética é que tem causado a perda de credibilidade do setor público”, acrescentou. A palestrante lembrou que o elitismo, a impunidade e a falta de parâmetros legais sempre ajudaram corruptores e corruptos.

A ministra Calmon, entretanto, disse acreditar que o país está caminhando na direção certa. “A Constituição de 1988 foi um marco para a mudança. Depois vieram a Lei de Improbidade Administrativa, a de Lavagem de Dinheiro e a Ficha Limpa. Todas colaboram para o combate à corrupção”, destacou. Ela afirmou que as recentes manifestações populares “assustaram” os políticos e colaboraram para que essas leis se tornassem mais efetivas. “Quero concluir dizendo que ética é, antes de qualquer coisa, pensar no coletivo, no social e em como nossas atitudes afetam os outros”, disse.