Durante a abertura do curso “O Magistrado e a Mídia”, oferecido em Goiânia por uma parceria entre a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) e a Escola Superior de magistratura de Goiás [Esmeg] e o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a diretora da Esmeg, juíza Maria […]
Durante a abertura do curso “O Magistrado e a Mídia”, oferecido em Goiânia por uma parceria entre a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) e a Escola Superior de magistratura de Goiás [Esmeg] e o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a diretora da Esmeg, juíza Maria do Socorro do Souza Silva, ressaltou a importância da iniciativa. Segundo Maria do Socorro, o curso amplia a visão dos juízes sobre o relacionamento com a mídia.
A diretora, que participou da primeira edição do curso, que ocorreu em setembro na sede da Enfam em Brasília, afirmou que a capacitação deveria ser repetida em todos os estados. “Saímos do curso na Enfam encantados, não atinávamos para o papel preponderante do Judiciário na cobertura da imprensa”, disse.
Segundo a magistrada, ela já teve a oportunidade de aplicar os conhecimentos práticos oferecidos pela Enfam. “Eu concedi um induto para 40 menores. Recebi criticas pesadas e até pejorativas nas mídias sociais. Meu primeiro impulso foi ignorar o fato. Mas lembrei do curso e decidi fazer uma resposta por escrito e também utilizar as mídias sociais. Em pouco tempo o problema se resolveu”, relatou. Para a juíza Maria do Socorro essa postura deveria ser padrão entre os magistrados.
Já o juiz André Reis da Silva, coordenador de Comunicação da Esmeg, apontou que os magistrados devem ter consciência do seu papel social e do peso de sua fala. “O juiz deve atuar no limite da vaidade, não falar nem demais e nem de menos. Tudo o que ele diz pode parar na mídia”, ponderou. O juiz destacou que os magistrados precisam estar prontos para lidar com os diversos veículos de comunicação e cursos como o da Enfam são um passo importante na direção certa. Ele também apontou que hoje o Judiciário pauta o executivo, como no caso da PEC 33.
André Reis da Silva alertou ainda que não atender os jornalistas é um erro, mas o juiz deve ter cautela e preservar sua imagem e de sua instituição. Seria importante, prosseguiu, construir uma relação de confiança mútua e manter os canais de comunicação sempre abertos. “Quem não ocupa espaço perde espaço, perde espaço. Se a Justiça não falar, outros falarão por ela, nem sempre com resultados positivos”, declarou.