A palestrante defendeu a utilização da Linguagem Simples no dia a dia
A palestrante defendeu a utilização da Linguagem Simples no dia a dia
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), em parceria com a Rede de Acessibilidade e a Escola do Poder Judiciário de Roraima (Ejur/RN), realizou, na manhã desta sexta-feira (6/5), o segundo workshop do curso “Conhecer acessível – Teoria e práticas da inclusão”, que tratou da Linguagem Simples, estilo de escrita que permite ao leitor entender facilmente o que está escrito.
O workshop foi conduzido pela bacharel em serviço social Juliana Barica Righini, que apresentou os conceitos e aplicou exercícios práticos de Linguagem Simples e da Fácil Leitura. De acordo com Righini, a Linguagem Simples surgiu no Reino Unido na década de 1940 e hoje está presente em cerca de 40 países. Já a Fácil Leitura foi desenvolvida na Suécia no ano de 1968 e é considerada um símbolo europeu. No Brasil, a Linguagem Simples surgiu como apoio às pessoas com deficiência e foi instituída pela Lei Federal n. 13.460/2017.
Righini afirmou que os princípios da Linguagem Simples nos textos constroem relações mais justas, uma linguagem que favorece a participação e o engajamento, agiliza processos e economiza tempo, aumentando a produtividade, e destacou um trecho da legislação: “O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes: utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos”.
A palestrante ressaltou que o Código de Defesa do Usuário de Serviços Públicos também prevê a utilização da Linguagem Simples e trouxe sua experiência como assistente social para o evento. “É comum que as pessoas me procurem ao receber documentos e questionem se entenderam corretamente a mensagem. Acredito que eu não esteja sozinha”, relatou
Fácil Leitura e validação
A Fácil Leitura é uma técnica de comunicação, um sistema de apoio que colabora para o acesso à informação. Ao final do workshop, Juliana Barica Righini convidou a modelo e autodefensora do direito da pessoa com deficiência intelectual, Isabela Fernandes Correia Sestaro, para uma demonstração. Ela participou de um momento no qual foram aplicadas as técnicas de validação, com a utilização de um texto publicado no site da Enfam. A validação assegura que o texto esteja acessível e compreensível para o público ao qual se destina.
Isabela Sestaro explicou que o processo é importante para a acessibilidade. “As pessoas que têm deficiência intelectual precisam de textos mais curtos e com linguagem mais simples, além da necessidade de que as pessoas falem de forma mais lenta para que possamos entender”, disse ela.