“Conhecer Acessível”: Enfam inicia quarta semana de palestras sobre acessibilidade e inclusão

Ação educativa conta com o apoio da Escola do Poder Judiciário de Roraima e da Rede de Acessibilidade

Ação educativa conta com o apoio da Escola do Poder Judiciário de Roraima e da Rede de Acessibilidade

A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) prosseguiu, nesta segunda-feira (25/4), com o cronograma de palestras do curso “Teoria e práticas da inclusão”. No foco das apresentações deste nono encontro estiveram a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e os recursos de audiodescrição e legendas.

Para discutir as particularidades de cada uma dessas formas de comunicação, foram convidadas a professora-adjunta do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas da Universidade de Brasília (UnB) Patrícia Tuxi; a professora de Tradução pela UnB e participante do grupo de estudos e pesquisas “Acesso livre” da Universidade Helena Santiago Vigata; e a professora mestre em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) Vera Lúcia Santiago.

Libras
A professora Patrícia Tuxi abordou a Libras, discorrendo sobre a legislação brasileira que trata do tema, sobre o perfil dos tradutores e intérpretes da linguagem de sinais, as formas de tradução e os tipos de interpretação. “A ideia é que vocês consigam traçar uma linha cronológica para compreender o que ocorre com a Língua Brasileira de Sinais, que teve uma evolução rápida”, explicou a professora.

Patrícia Tuxi relembrou como eram tratados os alunos surdos antes de 2001, quando o Conselho Nacional de Educação, juntamente com a Câmara de Educação Básica, editou uma resolução determinando que alunos com dificuldades de comunicação tivessem acesso aos conteúdos mediante a utilização de linguagens e códigos. “No ano seguinte veio a Lei n. 10.436/2002, que trata da Libras e, nesse momento, aconteceu um boom de atuações realizadas na esfera de formação e capacitação de profissionais”, relembrou a professora.

Audiodescrição
A professora Helena Santiago Vigata iniciou sua exposição com o conceito de audiodescrição. Ela falou sobre a importância dessa ferramenta de auxílio ao cidadão para o acesso às informações. “O serviço de apoio à comunicação consiste no conjunto de técnicas e habilidades aplicadas com o objetivo de compensar a carência de adaptação da parte visual contida em qualquer tipo de mensagem, fornecendo uma adequada informação sonora”, descreveu a mestre.

Helena Santiago explicou o trabalho feito pelo grupo de pesquisa e extensão da UnB “Acesso Livre”, que desenvolve pesquisas teóricas, descritivas e estudos na área de tradução audiovisual e acessibilidade artística e cultural. “Temos desenvolvido pesquisas, principalmente nas áreas de cinema, televisão, fotografia, vídeo, jogos e teatro, em especial, para pessoas cegas e com baixa visão”, frisou professora. A especialista ressaltou que o mesmo trabalho tem sido ampliado para atender outras frentes.

Legendas

A professora Vera Lúcia Santiago apresentou o resultado de 22 anos de pesquisa em legendagem para surdos e ensurdecidos realizadas pelo grupo LEAD, legendagem e audiodescrição, pela Universidade Estadual do Ceará. “O objetivo foi encontrar parâmetros ou padrões que fossem eficazes para a recepção de surdos brasileiros”, disse Vera Lúcia.

A professora tratou do conceito de legenda, suas características e dos parâmetros de legendagem existentes. Ela explicou como foram desfeitos muitos preconceitos nessas mais de duas décadas de trabalho. “Nós demoramos a entender que uma legenda mal segmentada podia levar à dificuldade de interpretação e de leitura do surdo”, explicou a docente.

Confira a íntegra das palestras no canal da Enfam no YouTube.