“Conhecer Acessível”: Enfam inicia terceira semana do curso de sensibilização pela causa das pessoas com deficiência

A ação educativa conta com apoio da Escola do Poder Judiciário de Roraima e da Rede de Acessibilidade O ciclo de palestras e workshops do curso “Teoria e práticas da inclusão”, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), teve continuidade na segunda-feira (18/4) com mais três palestras. Os expositores do evento […]

A ação educativa conta com apoio da Escola do Poder Judiciário de Roraima e da Rede de Acessibilidade

O ciclo de palestras e workshops do curso “Teoria e práticas da inclusão”, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), teve continuidade na segunda-feira (18/4) com mais três palestras. Os expositores do evento foram a escritora, jornalista e fundadora da ONG “Escola de Gente”, Claudia Werneck; e o especialista em políticas públicas, Jorge Amaro Bueno.

Empatia como prática: quem cabe no seu “todos”?
Em sua palestra, a jornalista Claudia Werneck trabalhou o conceito de inclusão e, em seguida, passou a discorrer sobre a definição do termo de acordo com a perspectiva do livro de sua autoria “Quem Cabe No Seu Todos”, recomendado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A obra instiga o leitor a refletir sobre o uso da palavra “Todos” e propõe um teste que denuncia o quanto este vocábulo é usado de forma inadequada, inclusive em alguns documentos nacionais e internacionais de educação, direitos humanos, cidadania, saúde e cultura.

“O nosso primeiro ímpeto é organizar as diferenças porque elas aumentam a cada dia com os insumos culturais, sociais, econômicos, políticos, religiosos, de endereço, de dor e de saúde. As pessoas não conseguem perceber que as diferenças existem e ficam assustadas com o pensamento que a inclusão nos traz”, explicou.

Juízos sobre educação inclusiva
A exposição da professora Maria Teresa Eglér Mantoan focou na diferença entre inclusão e diversidade e o papel da escola. A doutora explicou que a diversidade está relacionada à identidade, a um grupo social e a uma comunidade, e não traz consigo a ideia de que cada cidadão possui suas próprias particularidades, sejam elas físicas ou mentais.

“Algumas comunidades não levam em conta que cada um é um e que a diferença das pessoas não está somente no visível”, sintetizou. A professora relacionou o papel dos colégios na inclusão e explicou que “a escola foi criada para desenvolver as novas gerações, para desenvolver as pessoas e inclui-las na sociedade”.

Sustentabilidade e acessibilidade
Jorge Amaro falou sobre sua história e sua perspectiva de vida como criança negra que viveu no interior do Rio Grande do Sul. Abordou o preconceito, a imagem do negro e relatou como sua trajetória familiar o instigou a estudar e voltar-se para o tema acessibilidade e inclusão.
“Segui os passos de meu avô, um homem que foi à escola, aprendeu e trouxe conhecimento para família”, contou. O especialista ainda tratou da importância das políticas públicas inclusivas que o auxiliaram no crescimento profissional e o fizeram estudar mais a fundo a acessibilidade e a inclusão.