Curso para formadores busca alinhamento da pedagogia às práticas cotidianas da magistratura

No segundo dia do curso de Formação de Formadores Módulo 3 do Nível 1 (N1 M3), realizado na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), a palestra de abertura foi coordenada pelo juiz de Direito José Henrique Rodrigues Torres, com exposição da professora Acácia Zeneida Kuenzer, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica […]

No segundo dia do curso de Formação de Formadores Módulo 3 do Nível 1 (N1 M3), realizado na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), a palestra de abertura foi coordenada pelo juiz de Direito José Henrique Rodrigues Torres, com exposição da professora Acácia Zeneida Kuenzer, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O propósito da palestra foi apresentar, nesta quarta-feira (14), o tema “O Trabalho do formador – Organização da Formação para o desenvolvimento de competências profissionais no contexto da magistratura”.

A professora da PUC-SP abriu a palestra explicitando a importância deste terceiro módulo para a formação dos profissionais presentes, principalmente no exercício diário de suas atividades.

Perspectivas

“A dificuldade está em passar da concepção teórica para uma prática diferente”, pontuou a doutora Acácia Kuenzer. A afirmação serviu para dar ao público presente a noção das dificuldades de um tema novo e que está sendo moldado. A professora enfatizou, também, que a questão e as competências devem ser colocadas de forma prática, criando alternativas de trabalho que minimizem impactos na essência do tribunal.

Para o coordenador do debate, o juiz José Henrique Torres, a perspectiva do curso está centrada em um fechamento momentâneo de um processo que já acontece há quatros anos, mas que não está encerrado. “Hoje, os profissionais participantes têm condições de aplicar e exercitar tudo que aprenderam no processo de formação, incluindo o enfrentamento desse desafio de transformar o sistema educacional e o sistema judiciário”.

Oficinas

Com o intuito de discutir e aperfeiçoar os temas já expostos na etapa virtual do curso, foram organizadas três oficinas, nas quais os alunos, entre magistrados e servidores, se dividiram e exploraram conteúdos como:

  • O desenvolvimento dos princípios da ética e do humanismo como temas transversais da formação de magistrados formadores
  • Aspectos da avaliação aplicada à formação de magistrados formadores
  • Aplicação da metodologia ativa com vistas ao desenvolvimento de competências

Ao final das oficinas, cada grupo expôs suas impressões sobre o trabalho desenvolvido, destacando possíveis melhorias e sublinhando os diferenciais assimilados no aprendizado.

O curso de Formações de Formadores N1 M3 teve como principal objetivo alinhar a pedagogia às práticas cotidianas da magistratura, de maneira que a transmissão de conhecimento entre magistrados formadores e formandos se torne um processo proficiente.

Segundo Eveline Pinheiro, pedagoga da Seção de Planejamento (SEPAE) da Enfam, “juízes que se empenham a formar outros juízes formam um encadeamento valioso. Fico impressionada com a troca de conhecimento, cada vez mais necessária em um ambiente onde a teoria adere-se à prática”, afirmou.

Ao final da primeira oficina, Soraya Brasileiro, juíza auxiliar de Direito de Belo Horizonte, destacou a necessidade do curso para a regeneração de práticas diárias. “O juiz, em seu dia-a-dia, é submetido à pressão. Aqui, ao resgatarmos princípios éticos e humanistas, reabastecemos nossa energia para nos mantermos resistentes e íntegros no cotidiano da magistratura”.

Na visão da coordenadora de cursos da Escola Judicial do Estado de Sergipe, Daniela Andrade, há valores abordados durante o curso que se refletem diretamente na atuação do magistrado. “É visível a dimensão do Curso de Formação de Formadores em todo o país, extremamente necessário à conservação dos valores do sistema judiciário”, concluiu.

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