Enfam resgata história com programa de Memória Institucional

O projeto é desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Em 2026 a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) completará 20 anos. Para celebrar esse marco e preservar a trajetória histórica da instituição, a Escola desenvolve o Programa de Memória Institucional, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do projeto Formação Judicial Qualitativa. A iniciativa visa resgatar, preservar e disseminar a história da Enfam, seus valores e suas contribuições para o aprimoramento da formação judicial.

Compreendido como um recurso estratégico, o Programa fortalece a identidade organizacional e subsidia o planejamento futuro. Ele é importante para consolidar práticas contínuas de análise documental, assegurando que documentos históricos e depoimentos sejam tratados com rigor metodológico e abordagem museológica. O plano de trabalho, que fundamenta o programa, foi aprovado e as ações já tiveram início.  

A assistente de documentação e arquivo do projeto, e voluntária das Nações Unidas, Karina Inatomi, explica que o programa está estruturado em dois projetos principais: a análise documental – de análise e pesquisa dos registros institucionais de valor histórico – e a história oral, que registrará narrativas e experiências dos atores que contribuíram para a consolidação da Enfam, resgatando memórias individuais e coletivas. “A ideia é entrevistar desde diretores a servidores, buscando diferentes perspectivas sobre a evolução da formação judicial”, detalha.

Neste momento inicial, a equipe envolvida no projeto realiza o mapeamento da análise documental e trabalha na elaboração dos instrumentos que serão utilizados durante o desenvolvimento dos trabalhos. “Temos uma grande expectativa de conseguir mais informações com o projeto de história oral, conversando com as pessoas, o que será importante para trazermos um aspecto mais humano à história da organização”, revela Karina. Em sua visão, a coleta de depoimentos possibilitará uma troca de experiências valiosa para entender a Escola, sua evolução e o papel das pessoas que trabalharam em sua construção e desenvolvimento.

Outros produtos previstos neste programa são: linha do tempo, com periodização histórica da instituição; Sua Memória na Enfam, uma ação convidando servidores e colaboradores a enviarem fotos com depoimentos e outros registros;  e o desenvolvimento da coleção Memória na Biblioteca Digital da Enfam, que permitirá não apenas a preservação, mas também o acesso público e institucional a esses conteúdos, garantindo que as informações e os dados disponibilizados possam ser utilizados para fins acadêmicos, institucionais e administrativos.

Para garantir a ampla divulgação dos resultados do Programa, será desenvolvido um espaço dedicado à memória no site da Enfam. Nesse ambiente virtual, estará disponível  o resultado da pesquisa e do levantamento realizados, como produtos produzidos, assegurando o acesso facilitado e contínuo à história da Escola para toda a comunidade jurídica e o público em geral.

Fortalecimento da identidade institucional
A analista judiciária da Secretaria de Gestão Administrativa, Orçamentária e Financeira, Cyva Abreu, que faz parte da equipe envolvida nesse projeto, explica que trabalhar o conceito de memória fortalece a identidade da Escola. “Vamos analisar fontes documentais para consolidar essa identidade da Enfam. O que estamos fazendo é organizar as documentações e criar nosso banco de dados para possíveis entrevistados. Queremos ter um mapeamento temático, traçar narrativas para estabelecermos a forma de contarmos essa história. A memória também trabalha criando reflexões sobre o que estamos vivendo e favorece uma visão mais ampla e clara para o futuro”, afirma.

Os projetos de gestão documental e do repositório institucional, que também são resultado da parceria com o PNUD, estão interligados e representam uma perspectiva estratégica da gestão do conhecimento. “Traçar a linha do tempo tem um papel reflexivo e acaba por direcionar essa visão de futuro no seu aspecto prospectivo. As relações da gestão documental, memória e repositório institucional estão interligadas e são estruturais para o fortalecimento institucional. São três braços estratégicos para o tratamento adequado dos registros institucionais, garantindo sua integridade e acessibilidade”, opina.

Parceria com o PNUD
Para Cyva, a parceria com o PNUD tem sido fundamental para o desenvolvimento desses projetos estruturais. “Sem a participação do PNUD seria difícil seguir com o desenvolvimento do programa Memória, caso não pudéssemos contar com a expertise dos profissionais envolvidos. Realmente essa parceria abre portas e contribui para que o projeto não só seja desenvolvido, mas alcance a devida visibilidade”, observa a analista judiciária.

Em sua visão, a gestão da memória deve ser contínua. “Nesse sentido, estamos desenvolvendo um fluxo de trabalho para assegurar a continuidade e atualização do programa, estabelecendo práticas permanentes de coleta, análise e difusão de informações históricas da Enfam”, conclui.