Inovações tecnológicas, políticas judiciais e postura de magistrados foram temas abordados em palestras no CNJ

Atividade ocorreu na manhã desta sexta-feira e foi voltada à turma do Módulo Nacional de Formação Inicial

Na manhã desta sexta-feira (14), integrantes da magistratura recém-empossados nos Tribunais de Justiça dos Estados do Acre (TJAC), Mato Grosso do Sul (TJMS) e Paraná (TJPR), e do Tribunal Regional da 1ª Região (TRF1) acompanharam palestras na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília. As apresentações trataram de temas relacionados a políticas judiciais, inovação tecnológica, Poder Judiciário e ao próprio funcionamento do Conselho.

O coordenador do Departamento de Gestão Estratégica do CNJ, juiz federal Fábio César dos Santos Oliveira, destacou que a instituição tem entre suas competências constitucionais o planejamento e o controle administrativo do Poder Judiciário. “Desde que o CNJ foi criado, é importante ver o quanto ampliou o seu tamanho e as áreas de atuação. Organizamos estratégias pensando em metas, e combater a morosidade se apresenta como uma das principais delas”, observou.

Fábio César Oliveira também observou que boa parte do trabalho de um magistrado está relacionada com a gestão da comarca em que atua. “Metade do tempo será dedicado à administração da sua unidade. É preciso que, além de conhecimentos jurídicos, magistrados aprendam a ter conhecimentos voltados à gestão. É importante desenvolver competências em gestão de pessoal, gestão processual, gestão do tempo e gestão estratégica”, recomendou.

As estatísticas do Judiciário foram apresentadas pela coordenadora do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, juíza federal Ana Lúcia de Aguiar. Ela mostrou o painel Justiça em Números e demonstrou a extração de indicadores. “É importante que vocês saibam que tipo de informação podemos acessar, como podem usar o Justiça em Números e por que é relevante. Tudo o que produzem nas varas é captado pelo CNJ e mostrado nesses painéis”, indicou. Ana Lúcia de Aguiar também falou sobre o Sistema de Gestão de Tabelas Processuais Unificadas do CNJ.

Tecnologia e magistratura
As estratégias ao usar tecnologia foram abordadas pelo juiz auxiliar da presidência do CNJ João Thiago Guerra. Ele recomendou que os magistrados não se percam com novas ferramentas, especialmente a inteligência artificial generativa. “É preciso fazer uma inovação responsável, do ponto de vista institucional. A tecnologia só faz sentido se tiverem bons processos de trabalho. Não adianta ter a melhor solução de tecnologia apoiando minha atividade se trabalho de um jeito desorganizado, sem produzir dados de qualidade. Não queiram ser vocês os grandes realizadores na área de IA. Só vai funcionar se fizermos todos juntos com apoio, suporte e proteção dos nossos tribunais”, disse.

Por fim, o secretário de Estratégia e Projetos do CNJ, juiz Gabriel da Silveira Matos, abordou as políticas nacionais do Conselho e aconselhou magistradas e magistrados recém-empossados de acordo com suas vivências na carreira. Entre elas, a importância de atender bem a população e estar atento à postura profissional. “Dediquem parte do tempo de vocês para fazer justiça, não somente ao julgamento de processos. Precisamos combater a visão de sermos inatingíveis e nos mostrarmos acessíveis tanto quanto possível. Isso é essencial. Precisamos mudar a imagem do Judiciário quanto a isso. Quanto mais caminhamos para soluções tecnológicas, precisamos mostrar que quem está julgando é um ser humano”, finalizou.

Após as palestras, as juízas e juízes recém-empossados seguiram para visitação às galerias do CNJ.