Livro relata vivências forenses do ministro Og Fernandes

O ministro Og Fernandes e a psicóloga Marilda Emmanuel Novaes Lipp vão lançar no próximo dia 24 a obra Vidas no Fórum – Histórias de personagens da Justiça. Análise psicológica do comportamento humano. Promovido pelo Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o lançamento será realizado das 18h30 às 20h30, no auditório da corte, em Brasília. Pouco […]

O ministro Og Fernandes e a psicóloga Marilda Emmanuel Novaes Lipp vão lançar no próximo dia 24 a obra Vidas no Fórum – Histórias de personagens da Justiça. Análise psicológica do comportamento humano. Promovido pelo Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o lançamento será realizado das 18h30 às 20h30, no auditório da corte, em Brasília. Pouco antes, das 16h30 às 18h, no mesmo local, a coautora do livro vai falar sobre “Estresse e qualidade de vida no Poder Judiciário: qual é o seu limite?”

Vidas no Fórum reúne duas visões distintas, de um juiz e de uma psicóloga, sobre o variado panorama humano que desfila pelos corredores da Justiça. “Não estou aqui para explicar o mundo; estou para contar. Quem explica é a doutora Marilda”, diz Og Fernandes sobre sua participação no livro. “É um recado de vivências de um juiz veterano.”

Nesta entrevista, o ministro fala sobre Vidas no Fórum.

O que o levou a escrever o livro?

Og Fernandes – A vontade de escrever o livro surgiu há quatro anos. Demorou três anos entre pesquisa e colocar no papel. Não queria escrever um livro só de crônicas. Queria algo com mais utilidade. Unimos, eu e a doutora Marilda, fatos e a análise psicológica dos personagens.

Descrevo o que vi ou que ouvi relatados por pessoas partícipes. Já tenho uma estrada longa como juiz e ex-jornalista e achei que estava na hora de falar um pouco dessa experiência. São relatos ora engraçados, ora trágicos e de superação. Como a história de um lavador de motos no fórum que enxergou na sisudez do lugar um negócio: aluguel de camisas e calças. Menciono as razões pelas quais me afastei da jurisdição da infância na minha carreira. O fórum é quase sempre um prédio cinza, cor que não combina com a sua vibração. São milhares de vidas e destinos. Tento lançar um pouco de luz sobre o que acontece ali e em outros setores que lidam com a Justiça.

Como surgiu a parceria com Marilda Lipp?

Og Fernandes – Conheci a professora Marilda há mais de 20 anos, num seminário em Porto Alegre, no qual ela fazia uma palestra que me impressionou, sobre o tema do estresse. A condição humana no Poder Judiciário é pouco explorada. Cabe uma conversa com alguém que lide com o emocional. Convidei a doutora Marilda para fazer a parte técnica do livro. Eu me sinto como um levantador de vôlei. Levanto a bola para ela cortar. Unimos a narrativa com a análise psicológica.

Por que ler Vidas no Fórum?

Og Fernandes – Basta ser curioso sobre a vida. É olhar o semelhante, por mais distante do povo que a autoridade aparente ser. É como abrir as cortinas e janelas do fórum e ali verificar um lado incomum desses personagens.

Eu invisto na emoção. Não há como deixar de se emocionar diante de algumas histórias. Não por mérito meu, mas porque a situação impõe. É um trabalho que pode ser vendido até numa banca de revistas e não apenas no setor de direito ou de psicologia de uma livraria. Não é só para bacharéis.

Que aspecto da obra o senhor destacaria?

Og Fernandes – O livro é sobre vidas. A visão de um velho cronista, que nunca perdeu o gosto pela palavra mais livre, ou seja, sem a técnica jurídica. É uma crônica forense. A narrativa de uma realidade forense pouco conhecida, analisada sob a ótica psicológica pela doutora Marilda.

Eu gosto da palavra fora do juridiquês. Estou com outras ideias para o futuro. Quero falar da condição humana sem me afastar necessariamente do direito.

Qual o sentido de ir à palestra Estresse e qualidade de vida no Poder Judiciário?

Og Fernandes – Você sofre de alguma pressão incomum no trabalho? Desconhece ou precisa de ajuda para melhorar a qualidade de vida? Apareça lá no dia 24, no auditório externo do STJ. Ouvirá uma das pessoas que reputo mais qualificadas no país para tratar do tema, a doutora Marilda Lipp. Provavelmente saíra de lá com algumas respostas para os seus dilemas.

Os autores

Og Fernandes ingressou no STJ em 17 de junho de 2008. Atualmente integra o Conselho Superior da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Atuou como desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco entre os anos de 1997 e 2008.

É formado em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (1974) e em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (1974).

Marilda Emmanuel Novaes Lipp formou-se em psicologia pela American University. É PhD em psicologia clínica pela George Washington University. Possui pós-doutorado em estresse social no National Institute of Health, dos EUA. É diretora presidente do Instituto de Psicologia e Controle do Stress, presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas e membro da Academia Paulista de Psicologia.

Fonte: SCO/STJ