Magistrados formadores participam de curso com especialista australiano no ES

O curso de formação de formadores, com o tema O Formador e o Papel da Formação Judicial, realizado em Vitória (ES), nos dias 26 e 27/5, foi ministrado pelo professor Livingston Armytage, diretor do Centro de Estudos Judiciais de Sydney, na Austrália. O objetivo do curso foi desenvolver competências para a condução do processo educacional, […]

O curso de formação de formadores, com o tema O Formador e o Papel da Formação Judicial, realizado em Vitória (ES), nos dias 26 e 27/5, foi ministrado pelo professor Livingston Armytage, diretor do Centro de Estudos Judiciais de Sydney, na Austrália. O objetivo do curso foi desenvolver competências para a condução do processo educacional, voltadas para metodologias ativas e que facilitem a formação do juiz como um profissional que requer características específicas de aprendizagem.

Segundo Rai Veiga, secretária excecutiva da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), “a abordagem trazida pelo professor Livingston vem ao encontro do trabalho que a Enfam está realizando, no sentido de estimular a utilização de estratégias que englobem a problematização da realidade na qual o aluno está situado e o uso integrado de métodos expositivos, interrogativos e ativos, com os quais o magistrado em formação deixa de ser visto como um sujeito passivo e passa a atuar ativamente, com autonomia e protagonismo no próprio processo de aprendizagem”, ressaltou a secretária executiva.

Rai destacou ainda que “a realização deste curso com o Professor Livingston fecha um ciclo no processo de formação dos formadores que atuam junto à Enfam, pois deu uma complementaridade ao trabalho iniciado com a Escola da Magistratura da França, na medida em que traz uma perspectiva mais ampla para a educação judicial. Nesse sentido, as escolas e os formadores são chamados a exercer um papel que também é político, uma vez que a educação judicial é um poderoso agente de mudanças, mas só será efetivo se esse trabalho for profissionalizado. Para isso é necessário que os formadores tenham suas competências desenvolvidas e estejam em permanente processo de aprendizagem, intercâmbio e experimentação”, acrescentou Rai Veiga.

Para o Professor Livingston, o nível de experiência dos participantes, a seriedade e o comprometimento com que lidam com a educação judicial é algo impressionante. “Foi um privilégio e muito gratificante trabalhar com os formadores brasileiros, pois aprendi muito e posso afirmar que já há um estilo brasileiro de fazer formação de formadores. Como exemplo cito a habilidade em realizar role plays (simulações). Acompanho esse tipo de técnica no mundo inteiro e não vi nada como o que foi feito aqui, com uma característica bem brasileira, com muita vida e naturalidade o que faz com que a atividade seja bastante real”, salientou o professor.

Os temas abordados foram Ciclo da formação: diagnóstico, planejamento, execução e avaliação; Técnicas pedagógicas – habilidades do formador; Planejamento de uma sessão de formação – objetivos, estrutura e conteúdo; utilização dos recursos didáticos; além de aulas práticas, onde os participantes  atuaram como formadores e receberam feedback individualizado, tanto dos seus pares quanto do professor.

Currículo

O Professor e Doutor Livingston Armytage é diretor do “Centre for Judicial Studies” em Sydney, na Austrália e possui mais de 40 anos de experiência jurídica profissional. Atuou em mais de 30 países, como Austrália, E.U.A., Reino Unido, China, Fiji, Haiti e Índia. Foi como conselheiro e diretor de projeto em diversas instituições, dentre elas, destaca-se: Nações Unidas, Banco Mundial, Agência Australiana para o Desenvolvimento Internacional (AusAID) e Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Presta consultoria para diversas Cortes dos E.U.A. e Austrália.

É professor (adjunto) de Direito da Universidade de Sydney e professor visitante da Universidade de Cambridge. É autor dos livros: “Reforming Justice – A Journey to Fairness in Asia“, “Searching for Success in Judicial Reform” e “Educating Judges“, além de inúmeros artigos.