Na abertura da quinta edição do Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, nesta segunda (24/06), a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, afirmou que hoje há uma crise de credibilidade das instituições e que o Judiciário enfrenta uma verdadeira “guerra” para recuperá-la.  A ministra Calmon, que também atua como diretora-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam), asseverou que essa batalha só será vencida com cidadania e participação dos magistrados e da sociedade.

O curso de iniciação é promovido pela Enfam e visa qualificar em diversos temas juízes recém-empossados. Em especial são tratados assuntos que geram muitas dúvidas ou que mereçam mais atenção dos magistrados, como a erradicação do subregistro civil, política nacional sobre drogas e o uso de bancos de dados do Executivo úteis para o Judiciário. Nesta edição, estão presentes 134 juízes dos tribunais de justiça do Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro e Rondônia,  e participam de uma semana de palestras, visitações e oficinas.

A ministra Eliana destacou que o curso deve conscientizar os novos juízes de que o Judiciário não basta a si mesmo e que deve interagir com os outros poderes do Estado. “Essa semana será exaustiva pelas muitas palestras e oficinas, mas deve acrescentar conhecimentos importantes, como a estrutura do INSS e uma explanação sobre o funcionamento de Bacen Jud”, disse. Salientou que outro aspecto vital do curso é mostrar para os juízes que eles não estão sozinhos. Segundo ela, a Enfam e o Conselho Nacional da Justiça (CNJ) estão sempre prontos a apoiar os magistrados de todo país, além da rede de contatos formada entre os participantes da capacitação.

A ministra Calmon acrescentou que os juízes precisam se imbuir de seu papel de ente social e que devemos iniciar a mudança aqui e agora. “Hoje a sociedade não faz um bom juízo dos magistrados. Temos que resgatar a credibilidade do Judiciário e não temos tempo a perder”, alertou. A magistrada afirmou que a atividade do juiz é de extrema importância para o destino das pessoas, sendo necessário convencer a população do comprometimento da Magistratura Nacional com a Justiça.