Ministra Eliana Calmon incentiva novos magistrados a serem “críticos” e a atuarem com “independência”

A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, abriu o VI Curso de Iniciação Funcional para Magistrados encorajando os 114 magistrados participantes a serem “críticos” e a atuarem “com independência”. A qualificação reúne juízes recém-empossados do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), que cumprirão uma […]

A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, abriu o VI Curso de Iniciação Funcional para Magistrados encorajando os 114 magistrados participantes a serem “críticos” e a atuarem “com independência”. A qualificação reúne juízes recém-empossados do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), que cumprirão uma extensa agenda de atividades até a próxima sexta-feira (18/10).

Eliana Calmon esclareceu que não prega a “insubordinação” dos magistrados. “Prego que sejam responsáveis para atuar como verdadeiros agentes políticos e de poder”, afirmou. Para a ministra, “ser magistrado é ser vocacionado” e alertou: “Se vocês se tornaram juízes apenas atrás de benesses e ganhos financeiros, terão grandes dificuldades. Precisamos de juízes dispostos a mudar o Judiciário”.

A ministra afirmou que o objetivo do curso de Iniciação Funcional para Magistrados não é ensinar detalhes processuais e legislação, conhecimento para o qual os juízes já foram testados. “Queremos formar cabeças pensantes, capaz de agir como agentes políticos e tratar das questões de grande importância para a população”, disse. Eliana Calmon acrescentou que os juízes devem ampliar seus horizontes para além “do mundo que começa na comarca e termina no Tribunal de Justiça.”

Outro ponto importante salientado pela ministra é possibilidade, viabilizada pelo curso, de formação de redes de comunicação entre os magistrados. “Sempre juntamos juízes de vários estados para que eles se comuniquem e conheçam outras realidades”, apontou. Eliana Calmon destacou que hoje a um grande poder na comunicação de rede, especialmente para os magistrados alcançarem seus objetivos comuns. “Hoje basta um laptop e o juiz não está mais isolado”, declarou.