Modelo de novo juiz foi a principal mensagem para os alunos do V curso de iniciação de juízes

                  Para os participantes do V Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) na última semana, ficou claro que há um novo modelo para juízes no Brasil. A diretora-geral da Enfam, a […]

Juiz Alírio PB
Juiz Alírio Maciel Lima de Brito da Paraíba
Juíza Patrícia MG
Juíza Patrícia Vieira Cellis de Minas Gerais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para os participantes do V Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) na última semana, ficou claro que há um novo modelo para juízes no Brasil. A diretora-geral da Enfam, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon, afirmou que, desde a Constituição Federal de 1988, o juiz se tornou mais participativo, fiscalizador das instituições e deve estar pronto para atuar como agente político.

Nesta quinta edição do curso, foram reunidos 134 juízes do Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro e Rondônia. Os magistrados, que entraram recentemente na magistratura, assistiram palestras e participaram de oficinas com temas ligados ao mundo jurídico.

Uma das alunas do curso, a juíza do Distrito Federal Marília Garcia Guedes, destacou que a diversidade dos participantes é ótima, pois cada estado, cada comarca têm características próprias. “Ajuda saber os problemas das outras regiões e quais foram as soluções encontradas para superar desafios dentro do próprio tribunal”, comentou. Outra participante, a juíza Patrícia Vieira Cellis do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), observa que a iniciativa da Enfam é importante para mostrar que o juiz não está sozinho e que os colegas também passam por situações semelhantes. “É estimulante saber que Enfam dá respaldo para os juízes ‘subversivos’ que querem mudar as coisas na magistratura”, destacou.

Já Alírio Maciel Lima de Brito, juiz da Paraíba, destacou que as qualificações ajudam na atualização e a manter a vontade de estudar. “Depois que começamos na carreira de juiz a verdade é que ficamos um pouco burros, pois mal temos tempo para abrir um livro. O curso nós uma direção do que nós devemos estudar”, destacou. A juíza Maria Fernanda Braga, outro representante do TJMG, disse que sempre quis fazer um mestrado na área de Direito e que participar do curso reacendeu seu interesse. “Não podemos nos acomodar e devemos buscar sempre a especialização”, acrescentou.

Um ponto em que os quatro magistrados concordam é que a Enfam poderia acrescentar novos temas nas capacitações. A juíza Marília Garcia destacou que palestras sobre liderança e gestão seriam importantes. “Entramos num tribunal e temos que liderar assessores, escrivães e toda uma equipe de burocratas. Também temos que cuidar do cartório. A faculdade de Direito não nos prepara para isso”, desabafou. Patrícia Vieira sugere que sejam abordados os aspectos mais práticos sobre esses temas, especialmente técnicas de como lidar com recursos humanos.

Como se relacionar com a mídia é outra preocupação que o juiz Alírio Maciel afirmou que muitos magistrados têm. “Achei interessante trazer o jornalista Heraldo Pereira para dar uma palestra sobre o tema, mas gostaria que isso fosse aprofundado”, destacou. Patrícia Vieira afirmou que para o “novo juiz” é importante ter um bom relacionamento com a mídia. “Existem mitos que temos que desfazer, como dizer que juiz não trabalha ou que a Justiça não está ao lado do povo. Na imensa maioria dos casos é justamente o contrário”, destacou.