Apresentar conteúdos educacionais de forma atrativa, para que mantenham vivo o interesse de discentes pelo assunto e que possam fazer a diferença na atuação profissional, é um dos principais desafios no ensino da magistratura. Profissionais que atuam como voluntários no projeto Formação Judicial Qualitativa têm apoiado a equipe pedagógica na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) nessa tarefa, adaptando metodologias utilizadas presencialmente para que permaneçam interessantes no ambiente virtual, nos cursos da modalidade de Ensino a Distância (EaD). Desde o início do projeto, em 2022, 84 docentes já contaram com esse tipo de suporte.

As mudanças consideram questões comportamentais e as diretrizes pedagógicas da Enfam, como ética, humanismo e transdisciplinariedade. “O nosso suporte busca projetar e dinamizar ferramentas tecnológicas, aliadas a metodologias ativas de ensino para a modalidade EaD, trazendo engajamento e participação ativa”, explica a pedagoga Ana Luiza Reis, que atua como voluntária pelo Formação Judicial Qualitativa.

Entre as ferramentas estratégicas, que visam ampliar o interesse pelo conteúdo, está a gameficação, que consiste na aplicação de elementos e princípios de design de jogos em contextos educacionais voltados a adultos. “Para discutirmos um assunto em fóruns, por exemplo, substituímos textos por vídeos, em que cada pessoa pode gravar suas opiniões e submeter à plataforma. Isso traz outra perspectiva de engajamento”, conta Ana Luiza Reis. Outro ponto importante é trazer atividades que façam sentido para que magistradas e magistrados possam aplicar, de imediato, esses conhecimentos na unidade jurisdicional em que atuam.

A coordenadora do eixo 2 do curso de especialização em Jurisdição Penal e Contemporânea, Paula Jardim, conta que o suporte do projeto tem sido fundamental aos docentes no planejamento de atividades. Isso porque, em sua visão, a equipe consegue traduzir as intenções pedagógicas de docentes em forma de sugestões de atividades que são estruturadas em ambiente virtual, por meio de ferramentas tecnológicas e de métodos diversos.

“Considero que o apoio da Ana Luiza e de toda equipe no planejamento, desenvolvimento, elaboração de roteiros e planos de aula, em formato de metodologias ativas, valoriza significativamente o processo de aprendizagem, tornando-o mais didático, envolvente e prazeroso, para professores e alunos, o que em grande medida contribui para a assimilação, elaboração e retenção de conteúdos”, disse Paula Jardim.

Sobre o projeto Formação Judicial Qualitativa
A iniciativa marca a cooperação internacional entre a Enfam e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Iniciado em 2022, busca fortalecer as capacidades de gestão e inovação nas ações promovidas pela Escola, de forma que contribuam para uma prestação jurisdicional mais efetiva.