Servidores e magistrados de todo o país discutem soluções para os principais desafios na formação jurisdicional

Desenhar a educação do futuro para magistrados, pensando na perspectiva de discentes e docentes dos próximos 10 anos, foi o propósito da oficina de inovação realizada nesta quinta-feira (4) no encontro anual da Rede Nacional de Escolas Judiciais e da Magistratura (Renejum), em Curitiba. Representantes de diversos estados estiveram reunidos na Escola da Magistratura do Paraná (Emap). Os resultados serão apresentados nesta sexta-feira (5) na plenária do Copedem.
Esta oficina foi desenhada a partir dos relatos das 15 oficinas colaborativas realizadas ao longo deste ano, organizadas em quatro macro desafios: como transformar o modelo de formação (inicial e continuada) em experiências de aprendizagem contínuas, práticas e inspiradoras; como tornar a educação judicial mais plural, acessível e representativa das múltiplas realidades do país e da sociedade, garantindo a atuação em rede; como reconhecer e fortalecer o papel de educadores judiciais como agentes de inovação, reflexão e transformação; e como desenvolver uma cultura de avaliação, planejamento e inovação contínua que garanta impacto real na formação judicial.
O nome escolhido para a oficina foi Mude, que significa movimento colaborativo para a construção do futuro da educação judicial brasileira. “Este é o primeiro passo para, em rede e de forma colaborativa, mudarmos a educação judicial do futuro. São pessoas que participam e estão conectadas ao que se vive nas escolas judiciais pelo Brasil. A gente sabe o quanto vocês acreditam no poder transformador da magistratura a partir da educação judicial”, disse o laboratorista João Guilherme de Melo Peixoto, do Laboratório Ideias, da Escola Judicial de Pernambuco (Esmape).
Também participaram como laboratoristas: a magistrada Ana Luiza Câmara, do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), os magistrados José Faustino Macedo de Souza Ferreira, também do TJPE, e Jeremias de Cássio Carneiro Melo, do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba (TJPB).
Dinâmica
Os participantes foram divididos em dez grupos e realizaram diversas atividades em conjunto, de forma lúdica e divertida. A primeira foi um diagnóstico da educação judicial, depois antidiagnóstico, considerando os depoimentos escritos por pessoas que participaram das oficinas anteriores e o acesso ao resumo das principais discussões e insights que produziram. Nessa fase, organizaram ideias em sinais fortes, fracos e sugeriram práticas.
Em seguida, construíram personas que representariam os participantes das ações educacionais futuras, como docentes e discentes. A última etapa foi uma declaração do futuro, em que participantes foram convidados a responder: “Em 2035 eu quero que a educação judicial seja…” e depois construíram uma declaração para o futuro, elaborada pelo grupo.
A servidora da Escola Judicial de Sergipe (Ejuse) Débora Costa acredita que a oficina foi uma boa oportunidade de reencontrar colegas e trocar experiências. “Esta oficina ocorreu em um formato diferente e trouxe essa proposta do Mude, que é uma forma nova da gente pensar a educação judicial e as transformações que a gente pode trazer para a nossa realidade. Também foi interessante trazer um ponto de partida, que foram todas as demandas das escolas que surgiram em oficinas anteriores, com tudo aquilo que a gente já vem demandando da Enfam”, concluiu.
